“Se as estruturas econômicas, na verdade, me dominam de maneira tão senhorial, se, moldando meu pensar, me fazem objeto dócil de sua força, como explicar a luta política, mas, sobretudo, como fazê-la e em nome de quê? Para mim, em nome da ética, obviamente, não da ética do mercado, mas da ética universal do ser humano, para mim, em nome da necessária transformação da sociedade de que decorra a superação das injustiças desumanizantes. E tudo isso porque, condicionado pelas estruturas econômicas, não sou, porém, por elas determinado. Se não é possível desconhecer, de um lado, que é nas condições materiais da sociedade que se gestam a luta e as transformações políticas, não é possível, de outro, negar a importância fundamental da subjetividade na história(...) Para mim, não é possível falar de subjetividade a não ser se compreendida em sua dialética relação com a objetividade (...) É neste sentido que só falo em subjetividade entre os seres que, inacabados, se tornaram capazes de saber-se inacabados, entre os seres que se fizeram aptos de ir mais além da determinação, reduzida, assim, a condicionamento e que, assumindo-se como objetos, porque condicionados, puderam arriscar-se como sujeitos, porque não determinados”.(FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação – Cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo: Editora Unesp, 2000, pág. 56-7.)
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Esse texto representa o papel do educador como formador de opinião e comprometido com as lutas sociais, coloca a importância do exercício da política por parete do educador, além de mostrar a importância do ser humano em sua essência.
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