domingo, 29 de março de 2009

A Estação da Luz...Há luz no fim do túnel para aquelas crianças e adolescentes...?Com estes governos de SP, Est. e Cap...Há um trem no fim do túnel...


...Deveríamos presentear os governantes desta Cidade e deste Estado com o Estatuto da Criança e do Adolescente ? Resolveria ? Ou na verdade o Estatuto nas mãos desses caras não tem o menor valor ?
O crack (signif. estouro) é um problema de saúde pública, uma droga que traz problemas sociais e não um problema policial... Até porque não acredito que não saibam quem são os fornecedores da droga, certo ? Ele é um subproduto da cocaína que causa uma fissura muito terrível, e consequentemente, a síndrome de abstinência é desastrosa. As crianças e adolescentes (os maiores consumidores são estas pessoas) usuários desta química, foram ter como destino a estação da Luz por vários motivos... Reflita sobre isso. Para se ter uma idéia, algumas delas passaram inclusive pelo Programa de Proteção às Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAM), que não resolve o problema.
E aí, lembra daquele seu amigo ou amiga de 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 ou 15 anos que brincava contigo, que talvez agora tenha se mudado para o centro da cidade de São Paulo sem alguma bagagem, e que você não tem mais contato com ele ou ela...?
Que tal mudar um pouco aquela atividade complementar que só contempla os museus, cidades históricas, galerias de artes etc., para conhecer esta realidade e muitas outras que aflige muitas pessoas mundo afora ?
Flagrou esta cena e assina esta publicação (texto e foto): Cristiano Pereira de Andrade, Trabalhador, Estudante de História, da Unicastelo, Indignado...

Campanha de Incentivo à Formação de Centro Acadêmico...

Vem aí... Campanha de Incentivo à Formação de Centro Acadêmico !
Uma campanha para despertar o interesse
d@s estudantes da Unicastelo à participarem do movimento estudantil, que tem muito a oferecer para nossa formação...
Aguarde e acompanhe este blog para ficar por dentro das novidades.

Recepção d@s Calour@s de 2009.


A galera do 1° sem. saboreando aquela breja e salada delic...

Quem mais pratica Violência?

Violência nas escolas - Violência com a Escola.

- A grande imprensa tem destacado em seus artigos jornalísticos o problema da violência nas escolas, mostrando cenas de agressões entre os alunos e também em alguns momentos envolvendo professores e funcionários.
- Essa violência é explícita e me leva a crer que essas imagens rende muita audiência (ibope) e acabam gerando por parte da sociedade comentários sem reflexão, como se essa violência não fosse uma resposta a uma violência estrutural na sociedade.

- Existe também uma violência que é implícita - praticada no dia a dia dentro da escola, com os descassos do poder público em relação ao sistema educacional -
Uma escola em que mantém o aluno 8 ou 9 anos e quando esse aluno ao sair concluindo o ensino fundamental, ainda sem saber imterpretar um texto mais elaborado - quando a situação ainda não é mais catastrófica, que é sair sem saber ler - onde esta a violência?

- A polícia (honda escolar) é chamada para resolver situações pedagógicas - muitas vezes quando um aluno chega á escola, portando alcool ou mesmo tenha feito uso da substância, é condenado pelo diretor e sua equipe, porém na porta da escola tem um bar , o qual vende tudo isso e mais, isto é proibido por lei, esta lá no ECA, é violência?
- Os alunos que faltam tem sua punição apontadas nos livros de chamadas, mas o grande número de faltas dos profissionais (seja por qual motivo), é encarado como direito do profissional, mas e os alunos que ficaram sem aula, quem paga esse prejuizo - hoje há tantas aulas vagas, muitos alunos já dizem "hoje eu tive 2 ou 3 aulas vagas" veja já virou aula - só nos resta saber para que servirão.

- Os casos de discriminação racial ou social - velados, algumas vez chega a ser descarado - crianças negras no final da sala - os ditos "sujinhos, rasgadinhos" ficam no fundo da sala, essas atitudes que permeam nossas escolas não são tratados nem de longe com projetos pedagógicos sérios, pensando em resolver o problema, quando muito são escritos projetos que não saem das gavetas e só servem para pontuação da escola para receber bônus.


- Rescentemente tive conhecimento de um fato que me deixou alarmado - em uma escola do Município de São Paulo - na região de São Miguel, um adolescente foi colocado para fora da escola, pois esse adolescente é portador de uma atrofia muscular e não consegue mais subir escadas, a escola tem dois andares, mas todas as 7ª séries foi organizada para ficar no andar de cima, coisa que poderia facicilmente ser diferente - seus pais foram chamados à escola para serem comunicados que os mesmo deveriam procurar outra escola, pois aquela escola não tinha mais condições de atender seu filho - esse garoto estudava nesta escola desde seu primeiro ano escolar, foi colocado para fora com a simples alegação de que a escola não tinha sétima série no andar de baixo.


-Vamos discutir sim a violência, pois ela é um fato que não podemos colocar debaixo do tapete e fingir que nada esta acontecendo, mas, não vamos mascarar e achar que violência tem uma faceta só, e assim acharmos rapidamente os responsáveis, pois essa violênci é muito mais complexa.



Antonio Luzia Dias -

Recepção d@s Calour@s 1° Sem. de 2009.


No primeiro plano a galera do 1° semestre.

Nossa recepção. São momentos únicos...


Os (as) recepcionad@s.

sábado, 28 de março de 2009

Recepção com Churras.

EM AGOSTO DESSE ANO TEM MAIS, AGUARDEM...
EM AGOSTO DESSE ANO TEM MAIS, AGUARDEM...
EM AGOSTO DESSE ANO TEM MAIS, AGUARDEM...
EM AGOSTO DESSE ANO TEM MAIS, AGUARDEM...
EM AGOSTO DESSE ANO TEM MAIS, AGUARDEM...

Estudantes do Curso de História - 2009



Estudantes e professores (as) recepcionando os calouros (as)
do curso de história 2009.

Recepção dos (as) calouros (as) do curso de História 2009



Os (as) estudantes calouros (as) do curso de História, foram recepcionados
pelo Centro Acadêmico, com um belo churrasco, muita alegria e
descontração - pelo exemplo de como se faz trote sem violência !

Foto Geral dos (as) Participantes.



Recepção dos (as) estudantes de história em 20/02/2009 - sexta-feira.

Professores em Luta

Quarta-feira, 4 de Fevereiro de 2009

Fax nº6

Fax nº 06 – 03/02/2009

Se o bom senso prevalecer, secretária da Educação tem de anular provinha dos ACTs

Diante da bagunça provocada pela Secretaria da Educação, APEOESP
ingressará com novo instrumento jurídico para que nota da provinha
não seja considerada para efeito de atribuição de aulas

Imposta pela Secretaria da Educação por meio do Decreto 53037/08 (com alterações feitas pelo Decreto 53161/08), a provinha dos ACTs resultou num volume enorme de problemas, que tiveram início antes mesmo de sua realização, com a publicação da Resolução 69/08, que não respeitava o equilíbrio entre o peso da prova e o tempo de serviço, contrariando a proposta do TRT. No dia da prova, a APEOESP registrou uma série de irregularidades – como erros nas inscrições etc. – , que motivou o sindicato a ingressar com uma ação civil pública junto ao Tribunal de Justiça (TJ) para que os resultados da “provinha” não fossem considerados na classificação dos professores para a atribuição de aulas. Como todos sabem, a APEOESP conquistou mandado de segurança na primeira instância; depois de ter mantido a liminar, o Tribunal de Justiça a suspendeu. O sindicato ainda aguarda o julgamento de agravo regimental que impetrou junto ao presidente do TJ.

Resultado: a bagunça que se verificou quando da divulgação da lista de classificação dos professores ACTs e estáveis. A SEE divulgou na sexta-feira, 30, em sua página na Internet, a lista de classificação. Na tarde de sexta-feira a APEOESP começou a receber denúncias de milhares de professores que prestaram a prova mas que figuravam no site da SEE como “ausentes”e, portanto, com a nota zerada. Impedidos de participar do processo de atribuição, em outras palavras estes professores estão desempregados. Bagunça que reforça que os professores estavam corretos quando decretaram greve no dia 13 de junho, exigindo a derrubada do Decreto 53037/08. Se o bom senso prevalecer, a secretária da Educação tem de anular a provinha dos ACTs.

Para resguardar os direitos dos professores, a APEOESP ingressará hoje, terça, 3, com um novo instrumento jurídico: mandado de segurança coletivo em nome dos associados, visando que a nota da prova não seja considerada para o processo de atribuição de aulas, e que se mantenha a classificação como ela sempre aconteceu, ou seja, como reza o Estatuto do Magistério (Lei 444/85), por tempo de serviço, o que significa dizer que os associados não poderão sofrer prejuízos.

Em função do desrespeito que vem demonstrando pelo professor no atual processo de atribuição de aulas, a diretoria da APEOESP agendou uma reunião com o Departamento de Recursos Humanos (DRHU) da Secretaria da Educação para as 16 horas de quarta-feira, 4, quando cobrará explicações e exigirá solução imediata dos problemas gerados pela divulgação da classificação com erros. A APEOESP convidou um representante do Tribunal Regional do Trabalho para estar presente, uma vez que participou do processo de negociação. Os professores que quiserem apoiar a diretora podem estar presentes no DRHU.

As subsedes devem realizar reuniões do Conselho de Representantes para preparar sua intervenção no processo de atribuição de aulas para garantir que nenhum direito do professor possa ser desrespeitado. Além disso, devem enviar, o mais rapidamente possível, o nome dos professores que ficaram sem nota na provinha, relacionando nome, RG e RSPV para o Departamento Jurídico da sede central.

Professor em estágio probatório: como proceder para se inscrever pelo Artigo 22

Conforme informamos no Fax Urgente 5, a APEOESP conquistou liminar em mandado de segurança para garantir o direito ao professor que está em estágio probatório utilizar-se do artigo 22. A liminar foi concedida na sexta-feira, 30, pelo juiz André Salomon Tudisco, da 7ª Vara da Fazenda.

A APEOESP orienta os professores em estágio probatório, cuja inscrição para atribuição de aulas pelo Artigo 22 foi indeferida, protocolem requerimento (modelo abaixo) junto à Diretoria de Ensino da Região de opção para que sejam classificados. O requerimento deverá ser formulado em duas vias e protocolado na Diretoria de Ensino, mediante data, carimbo e assinatura do funcionário que receber. É importante ainda que anexe a cópia da liminar, que está disponível nas subsedes.

MODELO DE REQUERIMENTO

Ilmo Sr. Dirigente Regional de Ensino da Diretoria de Ensino da Região........................................................

Nome, nacionalidade, estado civil, RG, professor de Educação Básica (I ou II), Faixa, nível, titular de cargo com cargo classificado na EE......, jurisdicionada à Diretoria de Ensino da Região......, morador à rua......., vem à presença de Vossa Senhoria, com fundamento no artigo 5º, incisos XXXIII e XXXIV da Constituição Federal de 1988, artigo 114 da Constituição Paulista, e artigo 23 da Lei 10177, de 30/12/98, requerer a inclusão do seu nome na classificação nessa Diretoria de Ensino dos inscritos para atribuição de aulas nos termos do artigo 22 da Lei Complementar 444, de 27 de dezembro de 1985, em função da liminar concedida nos autos do Mandado de Segurança coletivo impetrado pela APEOESP – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (cópia anexa).

Anexa cópia de comprovação de filiação junto ao Sindicato impetrante, bem como prova que fez inscrição para designação nos termos do artigo 22 do Estatuto do Magistério.
Ressalte-se que, nos termos do artigo 24 da Lei 10177/98, a Administração Pública em nenhuma hipótese poderá recusar-se a protocolar a petição sob pena de responsabilidade do agente.

Por fim, requer-se que o presente seja apreciado no prazo de 10 dias úteis previsto no artigo 114 da Constituição Estadual.

Termos em que pede deferimento,

Data
Assinatura



Quem é Bertolt Brecht ?

Brecht nasceu antes da virada do século, no dia 10 de fevereiro de 1898. Viu a 1a Grande Guerra, viu a Revolução ser massacrada na Alemanha e seus líderes serem barbaramente assassinados, assim como milhares de operários e também as lideranças sindicais.
Viu a fome nos anos 20, viu a ascensão de Hitler, viu a perseguição de perto. Em 1933 viu o incêndio do Parlamento Alemão - o Reichstag - e compreende que tinha chegado uma nova era. Sabia que os próprios nazistas tinham colocado fogo no parlamento e colocado a culpa nos comunistas. As perseguições iam aumentar. Era hora de fugir.
A partir daí fugiu de país em país, sempre com a mala em cima do armário, sabendo sempre que não era bem vindo. Finalmente nos Estados Unidos sentiu na carne o que era a Caça às Bruxas. O anticomunismo estava mais forte do que nunca no país que se dizia a terra da liberdade.
"As ruas do meu tempo conduziam ao pântano.A linguagem denunciou-me ao carrasco.Eu pouco podia fazer. Mas os que estavam por cimaEstariam melhor sem mim, disso tive esperança."
Apesar de todas as perseguições - ou talvez justamente por elas - Bertolt nunca parou de escrever. Escreveu de tudo: poesia, teatro, ensaios, roteiros de cinema. Mas apesar da sua produção ser enorme tinha grandes dificuldades para sobreviver: dinheiro curto, dificuldades com a língua (por causa das sucessivas mudanças de país) etc.
Depois do fim da guerra volta para sua Alemanha, mas sabe que ela não era mais a mesma: eram os tempos das duas Alemanhas. Num curto período de tempo finalmente Brecht teve o seu teatro e o seu coletivo de trabalho: o Berliner Ensemble. Instalado no mesmo teatro que em 1928, antes da sua fuga, fez um enorme sucesso com a Ópera dos Três Vinténs, é com essa companhia que finalmente vai poder colocar em prática o seu trabalho. Em 1954 o Berliner Ensemble faz a sua primeira grande viagem pela Europa, e a partir daí o nome Bertolt Brecht passará a ser um dos nomes mais importantes para o teatro no século vinte.
Discutido, criticado, atacado, perseguido. Entretanto uma coisa é certa: Bertolt Brecht lutou durante toda a sua vida pelos oprimidos. Claramente assumiu posições de esquerda e procurou colocar a luta de classes no palco. Nunca de forma dogmática. Sempre buscando a dúvida dialética. Por isso para incontáveis dramaturgos do mundo inteiro ele não é o Sr. Bertolt Brecht, mas sim o nosso companheiro de trabalho Brecht, ou b.b. como ele se assinava sempre em letras minúsculas. Um companheiro de luta, uma luta longa e difícil, que só terá fim quando não mais existirem classes sociais diferentes.
Prematuramente morre aos 58 anos no dia 14 de agosto de 1956. Mas seu nome e sua luta continuarão vivos enquanto suas peças e suas idéias continuarem por aí. Entre tantas outras coisas b.b. nos ensinou que o teatro deve divertir . Então bom divertimento!
Bertolt Brecht 1898 - 1956
"Em nosso teatro, diante da natureza e diante da sociedade, que atitude produtiva podemos tomar para o prazer de todos nós, filhos de uma época científica? Essa atitude é uma atitude crítica. Diante de um rio, consiste em regularizar seu curso; tratando-se de uma árvore frutífera, enxerta-la; tratando-se do problema dos transportes, construir veículos terrestres, marítimos e aéreos; tratando-se da sociedade, fazer a revolução. Nossas representações da vida comum dos homens destinam-se aos que dominam os rios e as árvores, aos construtores de veículos e aos revolucionários; a todos esses convidamos para virem ao nosso teatro, pedindo-lhes que, quando aqui estiverem, não esqueçam seus alegres prazeres, pois queremos entregar o mundo a seus cérebros e a seus corações, para que o transformem a seu critério." b.b.
"sou um escritor de peças, mostroo que vi, no mercado dos homensvi como o homem é negociado, issoeu mostro, eu, o escritor de peças.
“Para poder mostrar o que vejoconsultei os espetáculos de outrospovos e de outras épocasreescrevi algumas peças, com cuidadoexaminando a técnica usada e assimilando aquilo que me podia ser útil.”
“E também as frases que erampronunciadas, dei a elas uma marca especial.Para que fossem como as sentenças que se anotapara que não sejam esquecidas."b.b.
As peças escritas por Brecht, títulos:
Baal, Tambores na noite, O casamento do pequeno burguês, O mendigo ou o cachorro morto, Ele expulsa um diabo, Luz nas trevas, A pescaria, Na selva das cidades, A vida de Eduardo II na Inglaterra, Um homem é um homem, Apêndice: O filhote de elefante , A ópera dos três vinténs, Ascenção e queda da cidade de Mahagonny, O vôo sobre o oceano, A peça didática de Baden-Baden sobre o acordo, Aquele que diz sim, Aquele que diz não, A decisão, A Santa Joana dos matadouros, A exceção e a regra, A mãe, Os sete pecados capitais dos pequenos burgueses, Os cabeças redondas e os cabeças pontudas, Os horácios e os curiácios, Terror e miséria do Terceiro Reich, Os fuzis da Senhora Carrar, Vida de Galileu, Mãe Coragem e seus filhos, O julgamento de Luculus, A alma boa de Setsuan, Dansen, Quanto custa o ferro?, O Sr. Puntila e seu criado Matti, Aresistível ascenção de Arturo Ui, As visões de Simone Machard, Schweyk na Segunda Guerra Mundial, O círculo de giz caucasiano, Os dias da comuna, Turandot ou o Congresso das Lavadeiras, A Antígona de Sófocles, O preceptor, Coriolano, O processo de Joana d’Arc em Rouen, Don Juan, Tambores e trombetas, Aníbal, Gösta Berling, Decadência do egoísta Johann Fatzer, A padaria, De nada, nada virá, A verdadeira vida de Jacó Vemcá, A vida de Confúcio, Dança da morte em Salzburgo.

sexta-feira, 27 de março de 2009

O Sindicato é de Todos....

O sindicato é de todos

Procure a APEOESP!Através do Representante de Escola (RE) de sua unidade escolar, ou venha diretamente à subsede.Frequente nosso sindicato! Estamos abertos de segunda a sexta, temos um espaço de convivência e cultura dos professores, além de inúmeras atividades culturais e formativas abertas ao público nos finais de semana. Venha tomar um café e conversar com nossos conselheiros e demais professores! O espaço pertence a tod@s!APEOESP MogiRua Hamilton Silva Costa, 427, Mogilar (rua que desce da estação Mogi da CPTM)Funcionamento - das 9 às 17:30 horasTelefones: 2896-9071 / 2896-9065

quarta-feira, 25 de março de 2009

Anarquismo no século XXI. Por Enric Duran

Por Enric Duran
Escrevo essas palavras para tornar público que expropriei 492 mil euros de 39 entidades bancárias através de 68 operações de crédito. Incluídos os juros, o valor atual da divída seria de mais de 500 mil euros. Que NÃO vou pagarei.
O que fiz foi uma ação individual de insubmissão contra o sistema bancário que levei a cabo premeditadamente para denunciá-lo, e para destinar o dinheiro a iniciativas que alertem sobre a crise sistêmica que estamos começando a viver. Faço votos para que isto sirva como ensaio na construção de alternativas para a sociedade.
Trata-se de uma ação pacífica, que reinvidico como uma nova forma de desobediência civil à altura de nosso tempo. Quando o financiamento ao consumo e à especulação são dominantes em nossa sociedade, o que seria melhor que roubar aqueles que nos roubam e repartir o dinheiro entre os grupos que denunciam esta situação e constroem alternativas?

Como consegui tanto dinheiro sem propriedades nem avalistas?
Após algumas pesquisas e testes, na primavera de 2006, dei os primeiros passos para concretizar esta idéia de maneira definitiva. No meu caso, levei diversos bancos, caixas e estabelecimentos financeiros de crédito a acreditarem que eu tinha a intenção de reformar meu apartamento ou comprar um carro.
Em algumas situações, com o propósito de justificar determinados investimentos - como a compra de material audiovisual para uma produtora -, criei uma empresa de fachada. A vantagem de pedir empréstimos através de uma companhia é que a dívida não é computada em seu histórico particular, ainda que seja uma empresa unipessoal. Dessemodo, é possível seguir aumentando indefinidamente seu endividamento sem que o CIRBE (Sistema de Informação sobre as Dívidas do Banco da Espanha) detecte.
(...) Estes empréstimos eram solicitados sem nenhuma garantia, seja de avalista ou propriedade, utilizei apenas minha assinatura. Consegui isto por meio de uma profissão inventada e um pomposo sobrenome falso, que levavam todos a crer que eu recebia de sobra para bancar o financiamento. Mas o fato é que os bancos não têm mecanismos para comprovar se um nome assinado no contrato é ou não verdadeiro, ao menos quando a empresa e a pessoa existem realmente.
Também precisei apresentar os extratos bancários adequados, e isso eu fazia simplesmente circulando o dinheiro de contas da empresa para as contas pessoais por meio ded transferências nominais, simulando ingressos particulares. e os bancos acreditavam. Em alguns casos me pediram o contrato de trabalho, a declaração de renda ou o holerite. Para minhas empresas pediram as declarações de IVA (Imposto sobre Valor Agregado) trimestral e, quando completaram um ano, os impostos de sociedades. A todos estes pedidos pude responder adequadamente e, muitas vezes, com informações reais. Do contrário, se pode fazer maravilhas com uma impressora, scanner, tesoura e cola!!!
Em alguns epsódios, realmente precisei comprar o carro com o dinheiro do empréstimo que solicitei e tive de vendê-lo rapidamente para que não me embargassem antes do calote. Assim, pude adquirir mais fundos para financiar as lutas sociais.
Surpreende a todos que eu tenha conseguido estes 492 mil euros sem avalistas nem garantias, ainda mais num contexto econômico de contração do crédito. Esta é a prova cabal de como os bancos promovem o endividamento de famílias sem qualquer controle e medida de prevenção de riscos.
Isto nos leva a concluir que existe suporte para esses tipo de ação: os bancos e as entidades financeiras precisam conceder crédito, pois este é um de seus principais métodos de obtenção de benefícios. Além do mais, os sistema financeiro necessita que estes créditos sejam criados sempre em escala crescente para que ele próprio possa forjar cada vez mais dinheiro. É um círculo vicioso que não parará até que se colapse o sistema. (...) E este é um sistema pautado na confiança, se conseguirmos semear a desconfiança com ações
como a minha, poderermos aboli-lo.

O motivo desta ação
Há três anos conheci as reflexões sobre o esgotamento do petróleo (informações em http://vidslib.com/index.php?view=6163013) e imaginei que no desnrolar daquela crise seria fundamental que estivéssemos preparados. Aquela poderia sr a oportunidade para uma transformação social, um momento que deveríamos aproveitar. Mas se não estivéssemos preparados, o futuro poderia ser ainda pior do que o presente. Isso porque a gestão da escassez é dirigida pelos poderios econômico e político, o que poderia nos levar a um novo fascismo.
Um dos grandes inconvenientes que encontramos quando se pensa em transformação social hoje em dia é, justamente, identificar nossos inimigos. Não é atoa seu engenho no carteado atual, para que se torne cada vez mais difícil mapeá-los. (....) Existem mecanismos escondidos e perversos que fazem com que uma minoria controle a criação de dinheiro e, a partir dele, cadeencie o sistema econômico como melhor lhe apeteça. Parecia-me fundamental desmascarar esta minoria e um sistema bancário que está nos levando ao colapso ecológico.
E este foi um dos principais motivos que me levaram a realizar esta ação de insubmissão contra o sistema financeiro. E torná-la pública.
Outra razão crucial foi a possibilidade de utilizar esta ação para fortalecer os movimento sociais, para que eles pudessem se preparar para a crise, ensaiando alternativas que se convertessem em exemplos de formas de organização social, de formas de vida viáveis quando a crise estourasse. E na minha opinião, as formas que utilizávamos para a arrecadação de dinheiro, não seria suficiente para cumprir nosso propósitos. Segundo minha experiência nos movimentos sociais, um dos principais fatores limitadores dos projetos ded transformação sempre foi a falta de capacidade econômica para levar adiante projetos estratégicos que poderíamos iniciar também em momentos estratégicos. E mantê-los com o tempo.
Há alternativas de sociedade que começam a acontecer em bases práticas, e sem idéias pré-estabelecidas demais. Existem inúmeras iniciativas que, a partir da autonomia e da autogestão, estão levando a cabo métodos de organização social alternativos ao sistema capitalista atual. Há esforços claros e decididos para se coordenar e organizar-se conjuntamente em rede, para colocar em curso outro modelo dee sociedade. O caminho já está dado, agora é preciso mantê-lo e fortificá-lo

Para onde foi o dinheiro?
Uma vez pagas as comissões, juros, notários, impostos e outros gastos relacionados à ação - que não fazem parte do dinheiro disponível para a trasnformação social -, restaram 360 mil euros. (...) O dinheiro foi destinado a diversas ações e iniciativas dedicadas tanto a conscientizar as pessoas sobre a crise sistêmica (energética, alimentar, econômica, etc.) como também, e especialmente, para impulsionar um amplo movimento social que ponha em marcha outras maneiras de viver em sociedade em quanto se enfrenta o modelo capitalista atual, com o objeitvo de substituí-lo. Não darei maiores detalhes para não colocar em risco os projetos que receberem este dinheiro sem serem responsáveis pela ação, mas confio que a memória das pessoas com quem compartilhei bons momentos nos últimos tempos ativará o boca-a-boca que fará com que muita gente saiba com segurança o real destino dos fundos.

Um convite à AÇÃO
Esta ação pretende, sobretudo, ser um convite para que cada pessoa exija de si mesma aquilo que pode e quer fazer para mudar o estado das coisas, dentro do que seja possível para cada um, e, inclusive, aquilo que talvez pareça impossível...
Se eu levei a cabo esta insubmissão financeira, arriscando minha liberdade para demosntrar que o sistema econômico é mais vulnerável que parece,e para conseguir todo este dinheiro para a construção de alternativas, talvez muitas outras pessoas poderiam fazer um pouco mais. Isso seria possível se acreditassem mais em si mesmas. Se souberem livrar-se dos falsos medos com os quais fomos educados premeditadamente dedntro deste sistema, e se pensarem decididamente que apenas nós, ded baixo para cima, podemos transformar o estado das coisas.
Tendo como exemplo o estilo de ação que executei, talvez cada um, de acordo com seu contexto pessoal e conômico, possa se dar conta que há coisas ao seu alcance. (...)

O que farei a partir de agora
Até este momento, quando escrevo este comunicado, ainda não há nenhuma acusação penal contra mim, fato que comprova que pude concretizar a ação até o final longe de qualquer contrrole ou suspeita policial.
De todo modo, segundo o sistema judicial do estado Espanhol (e sem contar com suas motivações éticas), a partir desta confissão eu seria acusado de "roubo em larga escala" (acima dee 50 mil euros) e de "insolvência punível" (também denominada "levantamento de bens"). Pela primeira acusação poderia pegar de 2 a 6 anos de prisão, pela segunda de 1 a 3. Por isso, ao invés de esconder esta ação - como me recomendaria qualquer pessoa que coloque sua integridade pessoal em primeiro lugar -, preferi reinvidicá-la publicamente como desobediência civil.
Entretanto, visto que minha postura é claramente de reconhecimento dee meus atos e de defesa moral e política desta ação. e que também não creio que o sistema judicial esteja legitimado para me julgar (sendo parte ded um sistema político totalmente antidemocrático no tocante a sua dependência aos mesmos poderes econômicos que denunciei com minha ação), decidi acompanhar esta explicação pública de meu desaparacimento físico. Deste modo, evitarei que possíveis represálias contra minha liberdade e meu corpo me impeçam de seguir defendendo e explicando estes fatos publicamente. Além disso, seguirei ativo nos movimentos sociais catalães a partir da participação virtual, enquanto me encontre fisicamente em algum outro lugar do mundo onde eu também possa participar das lutas sociais.
Após um tempo, reservo a possibilidade dee voltar ao território catalão, mas apenas se ficar evidente que a sociedade civil catalã esteja preparada para defender a liberdade daquelas pessoas que enfretam publicamente os poderes econômicos e políticos.
E se algum dia, por vontaded própria ou não, eu seja julgado, comunico que o único veredito que aceitarei será a absolvição, concatenando o tribunal que minha ação não é constitutiva de delito por conta de sua motivação ética e solidária em prol do bem comum, e contra os atores que mais danos causam a esta sociedade. Além disso, não negociarei penas menores para evitar cumprir minha condenação, tampouco pagarei uma fiança, nem multa, assim como não negociarei a dívida. Se o Estado é incapaz de escapar da pressão dos poderes fáticos, que todo o mundo o veja mantendo uma pessoa como eu na prisão.
A partir deste momento, você poderá conhecer minha identidade e contatar-me através do site www.17-s.info onde poderá encontra mais informações mais detalhadas.

A Crise Financeira - Um recado de Enric Duran
Quando escrevi este cominicado que vocês acabarm de ler, explicando minha ação, a crise finaceira já estava em curso há um tempo. Mas justamente quando o publiquei, ela se tornou mais grave, e desde então os acontecimentos precipitaram-se com mais de 2.6 bilhões de dólares públicos dedicados a salvar os bancos, e com o processo de reforma do sistema fimanceiro que se estava iniciando com o G8, reunião de 15 de novembro em Washington. Como demosntrou quem nos rouba, meu chamado é mais imprescindível que nunca: é fundamental que os cidadãos se mobolizem e façam sentir sua voz para que o mundo das próximas décadas possa ser mais como nós, os de baixo, que queremos, e muito menos como pretendem os que ostentam o poder.
Estas mobilizaações são apenas o início e será preciso ir muito mais além para que, desde a sociedade civil, possamos ser protagonistas de nosso próprio futuro. Não será suficiente silmples manifestações, mas sim, ações sustentadas, de desobediência, boicote e não colaboração com o sistema financeiro. Ações contra o sistema não bastarão. Nós precisaremos reinvidicar e, sobretudo, construir alternativas de sociedades pelas quais provemos que é possível viver sem crescimento econômico e sem bancos privados.

Comunicado gentilmente cedidos por Enric Duran, e pela revista Crisi (www.17-s.info).

Tradução: Junior Bellé

Texto: Enric Duran