Neste texto, quero abordar assunto de relevância de nossa sociedade, e que, por muitas pessoas é sempre evitado. São os preconceitos que são disparados para todos os lados e que somos diariamente obrigados a conviver, criando assim uma ilusão de atitude natural. As falas em cima disto são quase sempre que os preconceitos sempre existiram e vão sempre existir. Discordo desta fala, pois dá a impressão de que qualquer atitude é em vão e mero desgaste de tempo. Se manter omisso não leva a nada, e mais, aqueles que não se posicionam deixam margem para que outros tomem posições em seu lugar!
Trato aqui de contar fatos que aconteceram em nossa "sociedade maravilhosa". O assunto é umas das formas de preconceito "comum" em nossa sociedade. Porém, "comum", não quer dizer natural (e se isto se naturalizou, devemos, juntos, desconstruir): discriminação racial dentro do âmbito da universidade.
Presenciei um ato de racismo quando, por meio de palavras um aluno do curso de historia disse ao outro: "VOLTA PARA A ÁFRICA, POIS LÁ É SEU LUGAR!" Por simplesmente não aceitar um relatório feito em cima de seu seminário, não concordando com o relator. Este, já formado em pedagogia, elogiou e criticou alguns pontos do seminário, mas em nenhum momento se referiu com elogios ou críticas ao aluno de atitude racista. Este, por sua vez, começou a espalhar boatos sobre a falta de capacidade do relator em julgar o seminário. Quando a conversa chegou ao relator, de imediato ele quis conversar com o aluno que, alterado, começou a dizer que o relator não era capaz de comentar o seminário. Então, o relator disse tranquilamente: "desta forma não tem conversa, baixa o seu tom de voz!" Mas não adiantou, pois o aluno continuou alterado. Neste momento, disse o relator: "não estamos na quinta série." E, o aluno alterado disse GRITANDO: "VOLTA PARA A ÁFRICA, POIS LÁ É SEU LUGAR!"
"Parece comum em uma discussão... foi num momento de calor...", vão dizer por aí... Mas só quem ouviu é quem sabe como isto age dentro da gente. Tente lembrar de alguma discriminação que você já sofreu, que marcou e, qual foi sua atitude ? Você agiu com passividade ? Isto mudou a maneira que você e tratado hoje ?
Um pequeno depoimento do relator: "A passividade, neutralidade, conformismo e complacência e relevância, são ações comuns do cotidiano demarcadas por falas e posicionamentos racistas. É comum nos omitirmos a falas vexatórias e ofensivas, como ação possibilitadora da política de boa convivência. Uma vez ouvi dizer que palavras ditas ficam permanentes em nossos pensamentos, em nossos sentimentos, em nossas memórias, em nossa trajetória de vida."
"Vigilante das Casas Bahia assassina covardemente cliente negro.
O crime se deu visivelmente por motivos racistas. Caso semelhante aconteceu em dezembro de 2006, quando o também negro e jornaleiro, Jonas Eduardo Santos de Souza foi morto por um segurança do banco Itaú. O jornaleiro foi barrado na porta automática do banco e depois de tirar alguns objetos, recusou a tirar o cinto e as calças, iniciando uma briga com o segurança que atirou a queima-roupa no peito de Jonas, que foi socorrido e morreu logo em seguida."
O crime se deu visivelmente por motivos racistas. Caso semelhante aconteceu em dezembro de 2006, quando o também negro e jornaleiro, Jonas Eduardo Santos de Souza foi morto por um segurança do banco Itaú. O jornaleiro foi barrado na porta automática do banco e depois de tirar alguns objetos, recusou a tirar o cinto e as calças, iniciando uma briga com o segurança que atirou a queima-roupa no peito de Jonas, que foi socorrido e morreu logo em seguida."
"O segurança Natalício Martins foi absolvido seis meses depois."
"Alberto, que trabalhava como metalúrgico, pediu para sair mais cedo do serviço e foi com a namorada e um amigo na loja para comprar um colchão de casal. O jovem iria casar no final de 2009 e tinha uma filha de cinco meses. Segundo sua irmã, a advogada Tatiane Silva Milfonti, o irmão foi buscar a nota fiscal com a sua namorada que se encontrava no caixa da loja e minutos depois se iniciou uma nova discussão: “Eu sou cliente, não sou ladrão”, disse ele ao segurança ao voltar com a nota fiscal da loja. O segurança que já havia sacado o revolver começou a provocar Alberto dizendo: “você quer que eu atire em você?“. “Meu irmão disse: “Se você quiser atirar...” Aí ele perguntou: “Você duvida? “ e meu irmão falou: “Duvido”. “Aí ele pegou e atirou”, disse a irmã de Alberto. Segundo ela o fato aconteceu dentro da loja. O jovem foi socorrido e levado para o Hospital de Campo Limpo, mas não resistiu e morreu."
"A morte de Alberto não é um caso isolado, mas sim um conjunto de violência e racismo contra os negros e a população pobre do país, que onde quer que estejam, são sempre suspeitos por algum crime, enquanto os crimes cometidos pela burguesia ficam sempre impunes."
"Alberto, que trabalhava como metalúrgico, pediu para sair mais cedo do serviço e foi com a namorada e um amigo na loja para comprar um colchão de casal. O jovem iria casar no final de 2009 e tinha uma filha de cinco meses. Segundo sua irmã, a advogada Tatiane Silva Milfonti, o irmão foi buscar a nota fiscal com a sua namorada que se encontrava no caixa da loja e minutos depois se iniciou uma nova discussão: “Eu sou cliente, não sou ladrão”, disse ele ao segurança ao voltar com a nota fiscal da loja. O segurança que já havia sacado o revolver começou a provocar Alberto dizendo: “você quer que eu atire em você?“. “Meu irmão disse: “Se você quiser atirar...” Aí ele perguntou: “Você duvida? “ e meu irmão falou: “Duvido”. “Aí ele pegou e atirou”, disse a irmã de Alberto. Segundo ela o fato aconteceu dentro da loja. O jovem foi socorrido e levado para o Hospital de Campo Limpo, mas não resistiu e morreu."
"A morte de Alberto não é um caso isolado, mas sim um conjunto de violência e racismo contra os negros e a população pobre do país, que onde quer que estejam, são sempre suspeitos por algum crime, enquanto os crimes cometidos pela burguesia ficam sempre impunes."
"Coloco aqui mais um caso de racismo e violência que atingiu um funcionário da USP no estacionamento do Carrefour em Osasco. O homem por ser negro foi tomado por bandido quando tentava entrar no próprio carro e, foi espancado e torturado pelos seguranças do mega-mercado. A polícia chegou e completou o quadro com mais atrocidades racistas e negação de socorro. E depois falam que não existe racismo no Brasil, que somos todos iguais… piada de mal gosto."
"Conto aqui alguns casos de racismo, mas quero colocar que muito além do racismo, todas as formas de discriminação, como a sofrida por homosexuais, pessoas obesas, pobres de lugares e estados diferentes se omitida apenas reforça a idéia de que e natural ser discriminado!"
Assina este texto: Coletivo Cala a Boca.
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