OS VENENOS DA MONSANTOO livro-denúncia da jornalista francesa Marie-Monique Robin revela os escândalos da poderosa multinacional norte-americana, a maior produtora de sementes transgênicas do mundo.
Por Guilherme Saldanha
Resultado de quatro anos de pesquisa, “O Mundo segundo a Monsanto”, livro da jornalista francesa Marie-Monique Robin, traduzido agora para o português pela Editora Radical Livros, passa a limpo a história da empresa norte-americana, revelando seu envolvimento em diversos escândalos ocorridos no último século.
Lançada inicialmente como um documentário produzido e transmitido pelo canal de TV franco-alemão ARTE, a versão impressa de “O mundo segundo a Monsanto” já foi traduzida para doze línguas, tornando-se best-seller em diversos países.
Além de investigar a atuação criminosa da companhia de Saint Louis, EUA. em seu país de origem, Robin revela também os detalhes pouco conhecidos da “transgenização” dos campos de soja nos países do Mercosul e faz um alerta: “Em poucos anos nós viveremos uma epidemia de câncer causada pelo uso abusivo de agrotóxicos”. Confira trechos da entrevista.
Lançada inicialmente como um documentário produzido e transmitido pelo canal de TV franco-alemão ARTE, a versão impressa de “O mundo segundo a Monsanto” já foi traduzida para doze línguas, tornando-se best-seller em diversos países.
Além de investigar a atuação criminosa da companhia de Saint Louis, EUA. em seu país de origem, Robin revela também os detalhes pouco conhecidos da “transgenização” dos campos de soja nos países do Mercosul e faz um alerta: “Em poucos anos nós viveremos uma epidemia de câncer causada pelo uso abusivo de agrotóxicos”. Confira trechos da entrevista.
Como você se interessou pela investigação da Monsanto?
Eu trabalho como jornalista há 25 anos, para a televisão e escrevendo livros. Como filha de fazendeiros eu já dirigi outros filmes sobre agricultura no mundo e devo dizer que até seis anos atrás eu pouco sabia sobre organismos geneticamente modificados (OGMs). Eu era mais uma vítima da desinformação em relação a essa questão, eu achava que essa era uma questão simples, um gene a mais, um gene a menos... Mas eu estava muito preocupada com o tema da biodiversidade. Eu já tinha feito três filmes para o canal franco-alemão ARTE sobre biodiversidade e sobre a extinção de plantas e animais. Trabalhando nesses documentários e viajando para várias partes do mundo, incluindo o Brasil, eu ouvia falar da Monsanto, porque, claro, ela é hoje a maior empresa de sementes do mundo e também a primeira produtora de OGMs e eu me lembro, como explico no livro, quando estava filmando na Índia, de conversar com agricultores ligados à Via Campesina quando um deles me disse: “Você deveria investigar a Monsanto. Nós queremos saber por que ela vem comprando todas as empresas que vendem semente na Índia, queremos saber qual é seu objetivo”. Então, por acaso, eu comecei a simplesmente procurar por links sobre a empresa no Google e acabei topando com muitas informações: suicídios na Índia, intoxicação por substâncias cancerígenas, agente laranja, manipulação de resultados científicos, muita coisa! Eu me lembro de passar dias e noites na tela do computador, está tudo lá, documentos confidenciais, documentos internos, estudos, etc. Tudo pela ação dos chamados whistleblowers, pessoas de dentro das empresas que fazem “vazar” esses documentos anonimamente, pessoas da FDA (agência norte-americana para os medicamentos e alimentos), ou da EPA (agencia norte-americana de proteção ambiental), que tentam alertar o público- e acabei acumulando dois gigabytes de dado sobre a empresa! Muita coisa! E o que eu tentei mostrar no meu livro e no filme é que toda essa informação está disponível.
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